A melancolia realmente é de cimento. Não exagero.
Juro-o, pelos vãos exangues do céu. Sigo os ângulos
exilados e, do vértice do nojo à seda do prisma, fico
em torno da palavra vida. Vida que exala lamento de abadia.
Porém, como costumo consultar (ou contemplar) os aspectos
dos anjos mijando (quando mijo) e suas belezas angulares
e seus olhares e auras lunares (não náufragos como
os olhares pétreos das medusas), permaneço
merencório, como torres penduradas dos cemitérios, ou
desejos estendidos nos seios das quimeras
oblíquas do tempo. Embora, tudo não passe de uma questão
de mercúrio cromo ou prata do pensamento, na proveta
frágil assentada de um texto inacessível... gozo.
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