Creio no papiro e no escuro (sou poeta)
fluxo de lágrima movediça do pranto
lírico (e irremediável) não aceito.
Poesia é cântaro de palavras embriagadas.
Confim iluminado de sombras
no túnel da página.
Do vivo fluxo do verbo vem o poema
a palavra enlouquecida do poeta
em pleno fluxo de inconsciência.
gritos bebem dos vasos de silêncio ébrio.
Sais se embriagam de desertas imagens.
Poético é ímpeto de que precisam
para expor palavras engendradas
das engrenagens da imagem
escribas demiurgos.
Buscam coivaras e dilúvios de palavras
verbos que fujam como jardins
relvas de estrelas esquecidas nos prados do céu
buscam esquecimento de flores
e todas as pétalas da vida devastada
no vaso deserto
e desvãos para onde emigraram
sombras de verbos.
Buscam jarros de aridez
para oferecer aos lábios da palavra.
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