Amor cala. Não amordaça.
Luz invisível e silenciosa contenta.
Da ardente iluminação do silêncio
vem o poema noturno da manhã
labareda que é alvorada (e madrugada)
fogo e alba de mãos dadas.
Canção em silêncio cristalizada
comunhão de luzes uníssonas
adesão ao fogo primevo
confábula de cinza e água
a dialética do espírito esclarecida
a raiz da treva tornada luz profunda.
Vidro é o sol advindo
sal é o dia eleito pela veia.
Desmudo véu, cinza vencida
a iluminar o ralo manhã amortecida.
Inconsciente instante de ser insendo.