Que nenhum leitor (possível ou impassível) diga
(ou pense em dizê-lo) não me entender pois
assim elevará o poema à potência Pound
a novos exponenciais horizontes.
Não há chaves (poema não é fechadura).
Apenas sentimento. Técnico.
A obscuridade é de ouro ímpar (tedioso ou não)
o texto é a retorta onde se cozinha o veio
de sentido alquímico expandido no mundo
a veia de luz que ilumina o adepto, iniciado
a ordens ou regras que a sujeitem incoercitivamente
ao escuro e egóico ego do mundo
a nuvens tradicionárias de gramáticas anacrônicas
espumas da verdade discricionária
infertilizadora do humano com faros de dominação
fincados no ciático do poeta enervado.
Tudo o que diga respeito à necessidade
apodítica do sentido do poema é insulto.
Que a cada poema que leia ou suprima
leitor arme sua retorta ou cadinho e desacerte o sentido.