Esta posta a noite
sobre florão dos edifícios
pássaro do verbo pousado
da árvore das sílabas
ao canto da página
e a roupa da nuvem descalça
que cidade enverga em dezembro
verão lava na cruz duas mãos
com luzes de cacto e alumínio barato
alisa o páramo
ilumina a relva
com vidros que sobraram
do rosto de Narciso
entre gemas de fogo (e reflexos líquidos)
atravessados por vértices noturnos
olhos pascem
borboletas dormem.