Aqui começa a decomposição do poeta
a pútrida erosão de suas rimas
e o odor malévolo das sextinas
(já se eleva a narinas literatas)
agora começa a queda das metáforas primas
o torneio grotesco da trena com o espírito.
Aqui começa o apodrecimento dos eruditos
a putrefação iodada dos retóricos
os miasmas de seus compêndios finitos
se estendem ao bafio de suas estrofes cansadas
(se expandem como pestilências inadiáveis).
Agora começa a verdadeira dissolução dos sábios
o sábado de suas sabedorias sem domingos
aqui desponta o ouro coagulado
de suas impertinências potáveis
à iminência de seus cadáveres profundos
agora começa a transmutação do mundo.






