Nunca me imaginei poeta, até os 25 anos. Era um técnico, burocrata fazendário (como o fora meu pai – Cláudio Corrêa de Araújo, carreira que empolgou a mim e a meu irmão Pedro Cavalcanti de Albuquerque) e,
DIATRIBE (VELHO LIVRO)
Núcleos de hélio quebrando-se
como bancos americanos
as fianças do céu atômico em fúria fiscal.
HORTA INRUINOSA
Sempre plantei joio
e... sempre colhi joio
sem medo ou ficta perspectiva
A MORTE DO AMOR
A ânsia do barro da vida avança
sobre rosto arroga sua substância:
de medo e certeza mescla
ONTEM MORRI
Morri ontem. Ao raiar do (odiado) dia.
A manhã ainda sem pássaro dentro. Vazia.
Sol apenas anunciado por nesgas de luz
POEMAS SÃO GESTAS DO ESPÍRITO
Poema é palavra
posta em cheque
desova de multissentido
BÚSSOLA DO VERBO
Beleza é Verdade. Verdade é Beleza. Poesia é verdade. Goethe e Keats. Quanto mais se adentre na beleza, mais faça sua, mais submirja a vida e a veia na beleza,
SEDE DO SOL
Sol enlouque terra
brilhos, fulgores, cânceres aponta.
Aridez ostenta sal
PORQUE O POEMA É INCREU CRIA SOB PESO INVISÍVEL DA VIDA
à sublime dissonância da palavra
Forças passionais urdem na página
debacle da alma expõem
PASSAM ESPERANÇAS
Passam esperanças como baronesas
na roda lenta da enchente
como nomes cravados nas lápides urgentes