Dias de granito e orvalho
e de licores nefastos.
Dias sem grandil ou celeuma
sem acústica ou pelica
sem voragem ou pelúcia
dias de aços facínoras
e obsessões diurnas
dias sem dentes e dúvidas.
Dias de fúria em trânsito
e lamentos brancos.
Dias de aços silenciosas
e edifícios abandonados.
Noite de intempéries sem sentido
e poemas insignificados.
Noites de aços ecumênicos
e demônios quiméricos.
Noites enterradas como torres
ou fidagalmente ácidas incorrigíveis.
Noites de violinos submarinos
e pianos escatológicos inúmeros.
Noites de blusas envergonhadas
e cabelos desgrenhando-se.
Às irrevelações de mim
À noite consumida pelos homens imaturos.
A noite e o consumado rosto da morte.
Toda lírica deve ser intemporal
dagora diante sempre talvez.
E o destino do tempo?
Deste... e do outro?
Ao aberto da existência
ao absoluto porvir da poesia.
Se não vamos à morte
aonde iremos?
Indiretamente, talvez!
O caminho do eterno é árido.
Intransitável, rústico, falho.
Secretas, trêmulas
transformações do delírio
apoiam ou improbam o poema.
O existir da angústia fundamental.
Toda distância iluminada.
Apenas, o espírito não dista de nada.
Não há contingência para a alma.
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