(LIBERAÇÃO TOTAL DA FORÇA EXPRESSÃO)
Preciso atentar que o substrato imagético
é naufrago, oculta-se nas sombras do verbo
não há para ele superfícies calmas (ou não)
não há nenhuma alma nas palavras
só corpo expressivo de esfinge.
Por isso há nítida desolação entre
o poder referencial alienante
da palavra e a carga solta
(sem canga métrica ou fardo ou trena)
da imensa, concisa, intensa
energia imagética (expressiva).
Daí, o verso reduzido a dimensões moleculares.
O monóstico incorruptível.
O ritmo dodecafônica da palavra.
Exponho fraturas da alma
no fêmur da página.
Preciso se fala compensar pois
com o lastro imagético
a dispersão rítmica porventura solta.
Para que o moderno poema conserve
certa pátina arcaica
como sol preserva a carne
ou espírito amolde o corpo.
Se se faça frio no corpo da prosa
não na alma da palavra.
{jcomments on}