Poesia: máquina de moer ângulos
esmagar catetos das hipotenusas azuis
e reviver pó a partir das cinzas do espírito
forjar bobinas de abelhas cúbicas
para turbinas esquizofrênicas.
Poesia: máquina de morder êmbolos
e pôr gritos diurnos nas bocas da noites como brisa.
Poesia: máquina para revigorar sono de pedra
e indefinir o esmo com o verbo deserto
e a palavra nômade.
Preciso de lama fria
para emporcalhar o inferno.
Desordem? Uma palavra que significa divo caos.
No interior da alma ressoam
silenciosos precipícios da existência
no interior dos brancos ermos do mundo.
{jcomments on}