Este é um poema de tirar o fôlego de leitor musculoso, de suspender o juízo e abrir a porta das ideias.
Este poema transforma o espírito, transcendentaliza.
É gloriosamente metafísico.
Traz em si (e para leitor) desapego egoico.
Este é um poema de tirar o fôlego de leitor musculoso, de suspender o juízo e abrir a porta das ideias.
Este poema transforma o espírito, transcendentaliza.
É gloriosamente metafísico.
Traz em si (e para leitor) desapego egoico.
Eu choro a Adônis
que no tártaro jaz
longe de mim
que nos braços de Pérsefone adormece
Não poetizamos jamais o mundo ou as pessoas
gestos, ações ou encantos do corpo
poetizam-se palavras
(não é o homem criador é o verbo)
Rosa de pedra, seiva endurecida (falo de gnaise)
rosa de basalto profunda de pétalas ruprestes
as frágeis veias do cálice
nascentes como luas do pólen
Olhar de estanho
entranhado de espelhos
cegos como noite vândala
na amurada dos castelos
À desolada lua cão uiva em vão
a nua voz do cão dá-me volúpia
concede-me esta canção viva (uivo cão) delícias curvas
Olho é só reflexo da luz
ilúcida filosofia ótica, usina
de ilusões físicas
turbinas de fantasmas reais.
Júpiter despreza raios
alzava de relâmpagos abandona
rédeas do universo solta
a qualquer ubiquidade fiel renuncia
Quando regressei do meu sétimo poema
(o violino ébrio do verbo agudo ainda)
quando atravessei o labirinto de palavras
(encravado no palácio da página)
Deus de moribundos ajoelhado
ao pé do leito agonizante
no quarto da extrema hora
recolhe último alento