Côncava sombra alimenta
crepúsculo mais fugidio
alicia céu
para seus brancos desígnios
Côncava sombra alimenta
crepúsculo mais fugidio
alicia céu
para seus brancos desígnios
Ondula o pensamento
como corvo no ar noturno
vazio aumenta o amor e arrebenta
areniscos que mar não perdoou
Branco alvo da página miro
verbo preparo bem detido
poética pontaria apuro
aprumo poesia no crivo da lauda certeira.
Na realidade, Hegel dissera: vi o absoluto do espírito humano desfilar num cavalo (branco), meio de locomoção nobre, à época.
Lençois de Ítaca traziam rastro
da fila do sêmen dos pretendentes
a rolarem sobre corpo de Penélope nu
lascivos bordados de unguentos crus
Quanto pó o campanário
sem sino ou osso de som acumula
ao longo de século de orações pendulares?
que canta o universo
ora ao cão fraterno
plumas doa à alma das coisas
embala-se no ar marinho
Súbita lágrima do cerne do ferro irrompeu
como gotas de gusa das pálpebras
assim como o som da construção
ecoando linhas descontínuas
A poesia de Holderlin é um devir perpétuo (dixit mestre Jean Baudrillard). Que, continua: “Ela (a poesia de Holderlin) é sucessivamente – como soi de ser o bom devir dos rios de que falam os deuses e que nos banham - alta altíssima e não advém de um eu identitário que brinca de transmutação.
O sal do orvalho, as chuvas do fogo
fugas sobre teclados
lírios que alimentam relâmpagos
pátina que aniquila ouro.