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Qui, Abr

Fogos fugiram como ralos de ratos

a nave do corpo abandonaram.

 

Cálamo imóvel vai ao mistério

(infernal) do espírito e acorda

os demônios da imaginação.

 

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Saibas, leitora ínvia, que Deus (hábil sábio) fechou o paraíso (quando desde a expulsão de Eva e Adão – seus sublevados filhos falhos, jogou as chaves fora – e deixou placa avisando o terrível fato na entrada do Purgatório (explicando ao adentrar aqui deixe do lado de fora qualquer esperança de salvação) ou edênica pretensão).

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A simetria implacável do poema

dividido em retangulozinhos de 3,4,5,6 e 7 versos

(próprios da sublime poesia popular

da tradição cordelista e declamatória

de extração medieval lusa) é intolerável

hoje, agora (século XXI).

Pois tudo está escrito (desde Malba Tahan)

ato a ato contabilizado

pecado a pecado, maléfico e maléfico maiêutico

nos borradores e currículos (portfólios irados)

nos livros das razões da ira de Deus (amém)

lavrados, atados, sem prece ou perdão.

 

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Depois de inúteis milênios

de rastros, soledades, estações

depois de ministérios e migrações

de desesperos e admoestações

depois de mortes aborrecidas

e tintas enamoradas

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Tanto o mundo sublunar

quanto a existência solar

são mais precários do que Deus

 

(que não nos ama tanto assim

e sempre nos deleta

cessa nosso fôlego

com a amargura do sopro (inverso – e prosaico)

arrancado de nosso peito

suprimido de nossas bocas

(ou narinas esmas).

 

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Por minha estada (amara ou algo parcamente dulce)

do mundo nada receberei de brinde

(a não ser a mortalidade, kit que desde

o berço vem anexo  à sina ou alma – ou debênture do útero)

nada, absolutamente nada, levarei (ressarcimento?)

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Murilo Gun

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