Súbito estanco esta crônica, que manuscrevo de minha escrivaninha de cedro do Mosteiro (após noite irmanada, vinho e amizade como brindes, nas mesas do pub íntimo DATERRA) para sentir no rosto e na alma frio cálido (e noturno) penetrar janela aberta, a dentro, e defronte ver vulto das folhas de bananeira meu olhar deslumbrando-se ante relevo mineral das colinas de Garanhuns.
POEMA OFERTADO AO SACRIFÍCIO DA PENA
Para novilhos ofertados à sintaxe de ouro
para os que vendem templos, comerciam trâmites
ritos, calendários, dogmas, preces leiloam
DOÍDO CAMINHO DO ID
Um das regiões mais fustigadas, desveladas, com imperícia, talvez, mas com cautela, astúcia, desvelo ou excesso, sobretudo método (Freud, Jung), é a da alma, esse confim, iluso ou não, real ou apenas pressentido, hieroglífico lastro, escuro ou sujeito a golpes de lenta – e bruta, claridade ou veloces lampejos abissos.
VISÃO DO REACIONARISMO POÉTICO
Os movimentos (mais contrários que complementares) anta, corrupira, verde-amarelismo, pau-brasil e cia enfraqueceram (e vieram para isso), estreitaram ao invés de alargar o modernismo de 1922. Desviaram.
LUDISMO TRANSPARENTE
Hildeberto Barbosa Filho
Poeta e crítico literário paraibano
PÉROLAS DE ZIZEK
RECOLHIDAS COM APURO E DEDICAÇÃO EXTREMOS POR VITAL CORRÊA DE ARAÚJO E OSMAN HOLANDA
DESCONSTRUIR É PRECISO
O edifício da desconstrução (não a raiz da inconstrução), edificar o desconstruto, é empresa vital à modernidade, hoje.
A POESIA DE VITAL CORRÊA DE ARAÚJO
Alberto Lins Caldas
A poesia é feita pela carne, coisa de libertino, de obsceno – coisa não-coisa contra a carne; pelo ódio; pela indignação; contra a política, contra a história, contra as sociologias, contra o povo, contra as raças, contras a geografia; imposta e indisposta pelo não e pela negatividade,
POESIA NÃO É PELE. É ALMA
Vital Corrêa de Araújo
A poesia não é pele. É alma.
Não é para brincar ou parecer. É para ser.
Não é diversão, sorriso da sociedade, império
EM DEFESA DA MINHA POESIA
Esse pressuposto frívolo e falho (ou fressuposto) de que o poema necessariamente – e por definição ou natureza – tenha um sentido prévio, dado e depois mecanicamente construído e adornado por palavras, quantificável, anterior, apodítico destino da jóia palavrosa, poesia, sob pena do poema não ter sentido, se este não for óbvio e ulular, como escrínio verbalizado incólume.