Se para Pitágoras tudo é número, o artista plástico Daniel Santiago, estudioso do matemático grego, vai na mesma esteira.
POESIA E EVOLUÇÃO (1)
Erra o poeta (escritor) de hoje (e o de ontem idem) para quem desenvolvimento e mudança em poesia seja algo superado ou mesmo não exista. Para estes (coitados) a poesia é algo bem (mal) acabado.
DESDE RIMBAUD
Desde que Rimbaud, com o demônio de seus sintagmas, chocou o pensamento lógico enlouquecido pelos “fósforos cantores”, nunca mais um estremecimento lírico deixou de percorrer as vértebras do verbo ou a espinha dorsal da alma do leitor poético.
TEXTOS DE ROUXINOL
Texto de pássaro e quartzo, mundo
de comovente mármore
árvore de sono e vigília, ramos
de nomes canoros e ouro alelúiuco
O ULISSES DE JOYCE
Vital Corrêa de Araújo*
Ulisses abarca, em suas 852 páginas, a descrição ou a ação, ou seja, o relato, peripécias e vicissitudes, dramas cômicos e tragédias do cotidiano, ocorridas em um só dia, em Dublin, um dia que se fez tão famoso, mesmo eterno, que a data 16 de junho, é, religiosamente, comemorada, celebrada, discutida em todo o mundo.
DO ID POETA AO EGO LEITOR
Percebo meu (mal) leitor (ileitor ou aleitor) quando da aleitura do meu (bom) poema: a beleza não é fácil, ele pensa... e para na segunda página, à margem da segunda folha.
POEMA OFERTADO AO SACRIFÍCIO
Para novilhos ofertados à sintaxe de ouro
para os que vendem templos, comerciam trâmites
ritos, calendários, dogmas, preces leiloam
Minha poesia é do outro, desde Rimbaud
O poeta dá voz ao outro (quer seja o seu id ou o do leitor).
Dialogue com seu id. Não o deixe
só monologando dramaticamente como o de Molly.
POESIA PRA QUÊ?
Sthéfane Mallarmé, um dos fundadores da modernidade poética, se obstinha em não agradar aos leitores mais sensíveis, viciados no facilitário da compreensão. Exigia pois, do seu qualificado (e bastante inumeroso) leitor, suor compreensivo.