Rumor contagiou de câmaras a tarde
declinada sobre os olhos do sono
a instigar íris mortíferas da noite.
(Às côncavas cores do crepúsculo
Rumor contagiou de câmaras a tarde
declinada sobre os olhos do sono
a instigar íris mortíferas da noite.
(Às côncavas cores do crepúsculo
(Como cera sustentando sonho de Icaro)
luz esquálida e total derramada
da bacia inerte do planeta
na aridez vazia da alma
O reflexo do náutico rosto de Narciso
É assassino.
Sou tão infinito
que pareço labirinto.
Nobel ou ignóbil, ira é acadêmica, com aspereza.
Talvez francesa, brasileira com certeza.
Ira maior, a de Javé.
Nada fica em pé, quando Ele parteja.
Afogue e ganso no hímen do abismo.
Venda a vida à vista, mas dê o necessário
desconto temporário.
Nunca esgane veia, nutra-a de etanol lírico.
A cor da covardia é política et poluta.
Águas tenebrosas que a secretam são velozes.
E a abissais profundezas de intensos vermelhos
e infernais se precipitam almas líquidas e de pecados
Ira, mulher bela ferina
usa bondade do corpo
para ferir sua sina
nunca se apaixone pela ira.
Vital excede. Como poeta. Faz jús à multa
por excesso de bagagem metafórica
em seus voos herméticos e inconstantes.
Jorra de seu baú surrealista textos vãos.
Vital Corrêa de Araújo
Em toda a vasta antiguidade, levada pelos ventos mediterrâneos, ressoava a má nova e, respeitosos, gregos e romanos ouviam, impassíveis e doloridos, o grito que varria as águas e fazia eco nos velhos armazéns da alma: o grande Pã morreu!
Onde o verde das distâncias invencidas?
E o azul longevo dos longes de mim?
Quando Paulo Mendes Campos vê laranjais
de infindáveis doçuras geométricas...