Troque ócio por verso
rama por vício
e cure com poesia
POESIABSOLUTA
Blog de Poesias e Prosas e outra coisas de Vital Corrêa de Araújo
Troque ócio por verso
rama por vício
e cure com poesia
ao árduo cristal, o infinito
à álgebra azul da equação cósmica
às galáxias, a seus átomos e cores
às estrelas (da mesma matéria dos homens)
Ela ouvia aromas vermelhos
gritando da boca do éter
nos pianos côncavos do céu
Cláudio Veras
Na escritura poética de Vital é preciso renunciar a toda aborrecida montra teórica academicamente disponibilizada (criadora de críticos mecânicos) e voltar-se ao sentido primal da palavra poética, como tecido aleatório e proposital, causal e acasional, dialético, de palavras libertando-se de suas fantasias terrenas e fantasmas, de suas servidões senhoris e apresamentos dicionários.
Quando mestre Sábastien Joachim decretou que a minha intenção é derrubar o significado não quis dizer que desvalorizo (ou desprezo, rechaço, creio insignificante) um dos aspectos do signo, o referente, o conceito.
Como se aportasse na aurora dos significados
e apressasse a identidade dos paramentos de seda
e os esses dessas insidiosas artes das serpentes
“Em Miró, uma nódoa de mosca na tela
pode ser o início de um amanhecer”.
Manoel de Barros
O ego (industrial e lato) segue seu curso
por entre as tundras do ominoso
rica fábrica de aparências, criador de culpas.
Rogério Generoso
Os formalistas consideram a linguagem poética como soma de procedimentos (ou técnicas estilísticas) que visem suspender o discurso, deter a atenção sobre a forma da mensagem, desviando o foco da poesia sobre a mensagem como conteúdo (informação).
Eliot: o poeta fala a ninguém. Ulisses é o leitor.