Procure no poema sentidos cutâneos
(que encontrarás, sob as unhas do verbo).
Ou orvalho de aço surdo encontrarás.
POESIABSOLUTA
Blog de Poesias e Prosas e outra coisas de Vital Corrêa de Araújo
Procure no poema sentidos cutâneos
(que encontrarás, sob as unhas do verbo).
Ou orvalho de aço surdo encontrarás.
Vá ao silêncio das raízes
ouça rumor da vida da veia da linfa pulsando
impelida por coivaras amestradas, saiba
Aja hoje e não no nu amanhã.
Ate-se a agoras, despreze depoises.
Estando aqui lá continue a pensar.
A garganta dos obesos é um poço sem fundos
e de certezas abaláveis é feito poema.
Cultivo sede e abrolhos. Sempre.
Entre galáxias e equimoses, entre
automóveis e gaivotas ardendo
entre lucros sólidos e tumultos imobiliários
Não vá contra o fluxo, nem se banhe
duas vezes num mesmo rio. Ou em outros.
Vá contra a corrente comum, vá contra
Solta o verso, poeta. Abandone o ábaco.
Apague o charme. dissolva a fama.
Disperse o ego na multidão do id.
Vendo ângulos e catetos
de ótimos triângulos.
Ângulos baços, mas explícitos
Sapo pula, silêncio de água ondula, charco
mija, veloz acalma a pausa, o mundo
roda ao contrário do idiota senso, a
O reflexo do náutico rosto de Narciso
É assassino.
Sou tão infinito