Aqui começa a decomposição do poeta
a pútrida erosão de suas rimas
e o odor malévolo das sextinas
POESIABSOLUTA
Blog de Poesias e Prosas e outra coisas de Vital Corrêa de Araújo
Aqui começa a decomposição do poeta
a pútrida erosão de suas rimas
e o odor malévolo das sextinas
Não são doces nem suaves
mas ásperos de amor e bondade
os castros olhos de Dulcineia
Águo olhar
joias de vidro mudo
árida lágrima do sol úmido
No início foi o abismo como é o fim.
abyssus, abyssus... abismo nu, treva resplandecida
como párias dos últimos e soberbos capítulos
(Liricoetílico)
Meu coração está ébrio, delira
navega pelos escolhos da tristeza
Pagajosos anjos sitiados de rosas e alumínios
de feições otônicas e branco luxuriante
se encontram no poema (ímpio nome, lugar atro)
(CÁDMIO DE PIEDADE)
A rosa pertence ao campo
formosa flor do pânico
“O cervo é um vento escuro”
Estagnada água
goteja para o nada
Cristal irredutível
a grito de luz
a átomo do espírito
Se árvores seivas bebem
se bebem das frutas seus sumos pássaros
se rio bebe chuva