Creio nos tamarindos das lembranças
que gorjeiam nos alpendres do espírito
e nos alforjes desconhecidos dos viajantes
cheios de destinos e rumos inacessíveis
Creio nos tamarindos das lembranças
que gorjeiam nos alpendres do espírito
e nos alforjes desconhecidos dos viajantes
cheios de destinos e rumos inacessíveis
Era um mago alto e lento
macilento de riso vacilante mas límpido
cerimonioso como um pântano
Ósseo e lento lume do tempo
de seda cambriana
quilha de luz cereal e leme lírico
às vítimas peticionárias
deduzo
com a rotina do olhar
Que na carne
se reinsculpa o sopro
e do barro das criaturas sobre
ANÁLISE DO POEMA ENTERREM MEUS OLHOS NO AMANHECER
Com a matéria da insônia teço
relâmpagos de leite na lenta horta
do impreciso cais onde olhos naufragam
Ao conúbio de Adônis
touro de açafrão vieram
e éguas lusas com selas de madrepérolas
No cálculo da borboleta Deus ousou.
Sua geometria alada, a leveza do traço
quase aéreo, a cor pudica e voraz
creio na cremação,
nas santíssimas engrenagens,
no imaculado dos maquinismos,