Ira, mulher bela ferina
usa bondade do corpo
para ferir sua sina
POESIABSOLUTA
Blog de Poesias e Prosas e outra coisas de Vital Corrêa de Araújo
Ira, mulher bela ferina
usa bondade do corpo
para ferir sua sina
Chegaram tempos de desesperança e gozos vastos
e da comovedora prosperidade dos pastores
a expensas de Deus coitado, o deus dinheiro
Amiga, ao dares costas ao mundo, instala-se
a pústula e o verme se achega ao espírito
atraído pelo odor a santidades breves ávidas
Enquanto ouço
dos ossos flautas
das conchas binalves rumor do mar
Afogue e ganso no hímen do abismo.
Venda a vida à vista, mas dê o necessário
desconto temporário.
Do campo criar corvo never
a rosa e o pulôver
louro para a pira
Perfure fragmentos de brilho
com ótica clava sonâmbula e obtenha
diafragmas noturnos para o coração da lua.
A cor da covardia é política et poluta.
Águas tenebrosas que a secretam são velozes.
E a abissais profundezas de intensos vermelhos
Ao irmão Chorume
e a luzes das estrelas
que morreram há milhões de anos luz
Cântaros enterrados como profundos espelhos
portos sepultos como túmulos de água
cinzas soluçando sobre ossos de sombras