Olho o copo de vodka e sigo o caminho do lábio
ávido linhas afora inumerável e uno, vital
e sempre desrumo em frente.
Olho o copo de vodka e sigo o caminho do lábio
ávido linhas afora inumerável e uno, vital
e sempre desrumo em frente.
Dos úberes da noite, bebo prodigiosa vertigem
Sugo vertiginoso ego e anulo. Vou
a nus recônditos de mim, à luz do verbo noturno, sigo cego ou não.
às amigas do Facebook
Alguém tem meus cílios leprosos
alguém truncou minhas pálpebras velozes
dinamitou o futuro, destroçou cofres, desencatou caixas
Aprendi a passar fome pela poesia.
Sede, jamais. Viva a Vodka
finlandesa, ébria como a poesia.
A edição princeps de minha obra incompleta
não saiu do prelo, ficou presa, imprensada
na moenda tinta. Prelos se desentenderam
Poemas em que esgrimam ambíguos leitores
prélios insensatos de alfanges ermos
nus de que poetas constroem catástrofes
Soluto fogo em água avulta
dissolvido em chama saúda a cinza
cautério do ser, elemento do sim
que vem da febre que vai à dor
Ao meu filho MURILO GUN
Lembro o tato, a consistência áspera e úmida, torta
de estrelas coaguladas (feitio de teu olhar antigo)
Um crepúsculo meio imáculo
pendurado numa a tarde cansada
de dentro do poema noturno.
Amor cala. Não amordaça.
Luz invisível e silenciosa contenta.
Da ardente iluminação do silêncio