Não tenho revelações (senis, juvenis, afetivas)
nem guardo candeeiros de lembranças
se cultivo o pó ou observo a cinza
POESIABSOLUTA
Blog de Poesias e Prosas e outra coisas de Vital Corrêa de Araújo
Não tenho revelações (senis, juvenis, afetivas)
nem guardo candeeiros de lembranças
se cultivo o pó ou observo a cinza
Todo o carma foi esgotado, todas as formas
foram provadas, todo o espectro foi saboreado, todo
o potencial foi atualizado, num ir e vir evolutivo e
O paraíso é lilás. Não é azul. Nem branco.
Seu portão (majestoso angelical) é de acrílico puro e
bem blindado: pelos três rios magnas minerais.
Olhe do buraco da agulha a cor
do palheiro abandonado.
Estátua também mija
Do doloroso e verbal ventre náufrago
ou cúbico o veio do poema sulca a página.
À serpente que destrua
Narciso perde-se na busca
da beleza absoluta e se consuma
no recôndito sítio e impuro
Vital excede. Como poeta. Faz jús à multa
por excesso de bagagem metafórica
em seus voos herméticos e inconstantes.
Por que escrevo (pratico, faço, urdo) poesia?
Porque vou morrer.
Faço, armo, crio, componho
À flor que se eleve
da haste que rasteja
desde a seiva viva
De mínimo mundos e somas finitas
de assertivas vãs e obliquas introsões
de minúsculas mandíbulas (verbo-carnivoras)