Água, ar, ápeiron, pássaro
noumenon, pedra, fogo, nous, número
o que compõe o íntimo (que foro vige)
Água, ar, ápeiron, pássaro
noumenon, pedra, fogo, nous, número
o que compõe o íntimo (que foro vige)
Os buracos cavalos de Poseidon
corcéis de espumas edimiranos
das haras das nuvens disparados
Sino de repente, pêndulo nu e crédulo
a balada o revérbero
som que salta e volta da alma
Anjos gotejando do céu
por divo zelo paridos
do negrume da gusa liquefeitos
Chinelos arrastando pó de fantasma
pelos intranquilos assoalhos da velha casa
orvalhos de abismo contemplando rente
Vazio urra
silêncio empilha o pleno.
Que nenhum leitor (possível ou impassível) diga
(ou pense em dizê-lo) não me entender pois
assim elevará o poema à potência Pound
Do limiar de pássaro projeto
meu vou ao Averno
minha lídima vinda do rosto acordo
Frias medulas de cães, cansaços brancos
rostos vermelhos de morangos mofados
lentas cores de framboesa, quilhas, joelhos
Entrar na noite, sondar seus danos
púbis dos escombros escandir
e alimentar incêndios noturnos