A morte é uma baita ilusão.
Ilusão não é uma ilha.
Ilusão faz mal ao estômago
POESIABSOLUTA
Blog de Poesias e Prosas e outra coisas de Vital Corrêa de Araújo
A morte é uma baita ilusão.
Ilusão não é uma ilha.
Ilusão faz mal ao estômago
Os retornos são eternos. Tudo é perpétuo
recomeço.
À exceção da infância, menos a vida.
Morto
apodreço com cerejas
céu decompondo-se
Ante ira equilátera de Aquiles
Ilíada fortaleza ajoelhada
aos irados velozes pés de Aquiles
Insônia não tem úmero, sexo, data, forma, tempo
é estéril, indocumentada, insistente, pastosa
criada por ímpetos disfarçados de pesadelos
Xenócrates curava com música
mordeduras de cães danados.
Demônios temem harmonias.
Ao ébrio cérbero
O cão do inferno de cem cabeças insones
cuja cadeia é Indonésia
Passos ébrios, cruzados em varas
passos de um peregrino errante
são também errantes
Caminho esmo, erma sina, os meus
toda ondulação silenciosa da alma sinto
toda ambrosia do corpo bebo
Seios esferas de doce saliva
ancas redondas como o paraíso
lua os olhos com que sonhava de dia e de noite