De pedra e espuma a vida.
De efêmeras e macias volúpias o ser.
De clamor em ruína
De pedra e espuma a vida.
De efêmeras e macias volúpias o ser.
De clamor em ruína
A missão mais fútil do poeta
é lutar inutilmente com a palavra
mal amanhã reconheça.
O nada existe
existe o nada
existe nada
nada existe.
A Auchwitz, chão
apinhado de mortas e ossos.
Do útero do amanhã
De príncipes noite sonda insônia anual
espreita escombros azuis da pálpebra que descamba
sobre sono que não vela olho.
E se pesado poema leve quem o leia
ao abismo do sentido e o enleie
num labirinto de orvalho cego
(LIBERAÇÃO TOTAL DA FORÇA EXPRESSÃO)
Preciso atentar que o substrato imagético
é naufrago, oculta-se nas sombras do verbo
Lua pálida em céu férreo boia
e bombardeia de luz flácida
chão inocente.
A poesia lida com verbos corporais
seres de palavras aladas atando os poemas
à página, terçam com o imaginário do mundo
Poesia está em não dizer
no arredor do silencio
na placidez do bismuto