às amigas do Facebook
Alguém tem meus cílios leprosos
alguém truncou minhas pálpebras velozes
às amigas do Facebook
Alguém tem meus cílios leprosos
alguém truncou minhas pálpebras velozes
Anátema de pedra achei na boca do profeta
É das incertezas da inteligência e desvarios da razão que vem o poema.
Toda clarividência é cinza.
Morte tropical é árida
Mas não brota do coração dos cardos.
Emerge das conchas, coivaras, espelhos
Sei que meu nome não dura
uma geração de brilhos mortos.
Antes que tempo o dissolva
Amontoado coração brilha
como palavras acantonadas
no íntimo devasso da amada
Era uma vez uma geometria bêbeda
que vagava sinuosamente entre gráficos
e pedregulhos de sílabas da palavra simetria
Quaisquer verdades podem ser facilmente falsas.
Toda verdade é provisória (datada, necessária etc)
ou não é verdadeira. Isto é, toda e qualquer verdade
Mãos sepultas como portos
entre mares de porcas pérolas
ânsias afagando-se
Não poetizamos jamais o mundo ou as pessoas
gestos, ações ou encantos do corpo
poetizam-se palavras
O inflexível (e divo) Platão, republicano doente, fanático da lei
e vertiginoso arauto da realidade política
ático príncipe das leis éticas e rígidas (e áulicas)