A melancolia realmente é de cimento. Não exagero.
Juro-o, pelos vãos exangues do céu. Sigo os ângulos
exilados e, do vértice do nojo à seda do prisma, fico
A melancolia realmente é de cimento. Não exagero.
Juro-o, pelos vãos exangues do céu. Sigo os ângulos
exilados e, do vértice do nojo à seda do prisma, fico
Subjugar o demônio, perder o melhor da vida.
Pó atônito, não acredito ser você.
A imensa parcimônia é o erro.
Todo purgatório não é branco.
É mentira. Almas só são ímpias.
Fontes são polutas. Cemitérios operosos abutres.
A água ou não horária (o rio ou não cavalo)
solta-la para que não assolo a aura
(de lento), a sala intemporal da alma
Do limiar de pássaro projeto
meu vou ao Averno
minha lídima vinda do rosto acordo
Primeira lição de botânica oceânica:
diatomáceas da lagoa. Algas algumas.
Que augusto anjo colha.
Toda a maníaca claridade
luz louca inesgotável.
O segredo das dobras do céu.
Faço poemas porque acredito em Deus
sei que Ele é inacessível
como o rosto da minha poesia
Às minhas concupiscências todas, dedico.
É apropriado que faleçamos quando
despenca uma vertigem e a alma embote.
Todo o profundo e faminto oeste
a engolir a luz.
Tudo o que fezes não faças, farás.