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Sáb, Jun

Sthéfane Mallarmé, um dos fundadores da modernidade poética, se obstinha em não agradar aos leitores mais sensíveis, viciados no facilitário da compreensão. Exigia pois, do seu qualificado (e bastante inumeroso) leitor, suor compreensivo.

 

Mallarmé considerava a clareza poética, a frase conclusiva, o verso certinho graça bem secundária, afirma Valéry.

 

Poesia é para nós (nos) compreendermos e não para sermos compreendidos.

 

Quando acoimaram Mallarmé de obscuro, ele perguntava se a obscuridade provinha de insuficiências do leitor ou da poesia.

 

O poeta, dispara Mallarmé, não pode exibir o sentido do poema numa bandeja dourada à mão (beijada) do leitor, senão não passará de um simples camelô da literatura, mercador de palavras bonitas, pio escultor de frases de efeito, a batear gemas pérolas, joias verbais preciosas mas sem valor poético real. Mero adereço do espírito parco (subtraído).

 

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Avós, a morte os levou. Resta-nos não ser lavados (no IML ou num hospital, caro e imoral). Precisamos saber. Viver.

Não adianta a piedosa. E ilusória sapiência da morte. Aquilo de que a vida é uma preparação para a morte é idiotia doente. A vida, o sopro vital, é apenas a condição, o grid para deslanchar a viver plena e eficazmente. Onde morrer não deve constar do plano de voo da vida.

 

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Hermeticamente profundos.

Os fossos da depressão são escuros, largos, circulares e atentos. Estreitas só as portas do céu da normalidade.

 

Se, ao menos, eu fosse escritor poderia curar-me por alguns dias,

aqueles em que mergulhasse no interior caudaloso do processo criador:

enterrado nos ungüentos vivos da palavra, libertaria o mal que me alucina os

dias, evitaria, sei-o, suas garras antigas e precisas, aduncas como as de um lobo que voasse.

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Por que no Brasil as formas poéticas se eternizam como se a eternidade fosse fácil, ou mesmo brasileira? Aqui, nesse solo gentil, a poesia se deita esplêndida e terminal. Nesse rincão estranho, as formas da poesia se evadem, não se enquadram na lei geral (orgânica e mineral) da decadência ou do desgaste (das formas) pelo ato do tempo, esse senhor – se não tão ágil, imperdoável.

 

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Atribuiu-se o apodo de vanguarda às várias correntes artístico-literárias iniciadas na Europa no começo do século 20, lançadas atravésde manifestos, como o da literatura futurista de Marinetti, o da escultura, de Boccioni, o santeliano, dos arquitetos (Sant’Elia), o manifesto do teatro sintético, o dos músicos e da arte dos ruídos, entre tantos.

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Tudo é e nada é. Heráclito

O inferno são os outros. Sartre

O nada é tudo que eu tenho. V.

Tudo é ilusão e a ilusão é uma ilusão.  Fernando Pessoa

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Murilo Gun

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